O que todos já sabem é que o açúcar tem muitas calorias,
vazias de nutrientes, e que é um grande responsável para o aumento de peso.
Porém, alguns trabalhos realizados nestas últimas décadas demonstram que o
perigo do açúcar vai muito além de engordar e estragar a silhueta tão querida.
Primeiro porque, só o fato de aumentar a gordura corporal, principalmente a
abdominal, já pode desencadear inúmeras disfunções, segundo, por ser um grande
agravante no processo de aceleração do envelhecimento e por fim e mais
perigoso, é que pode causar até câncer e se tornar um vicio, o que não é nada
difícil.
O consumo de açúcar ao longo dos anos vem aumentando cada
vez mais, e isto vem de encontro a várias comprovações científicas que dizem
que o açúcar vicia tanto quanto o álcool, o cigarro ou qualquer outra droga.
Quanto mais se consome mais necessidade tem de consumir e em quantidades cada
vez maiores.
A forma que o açúcar é metabolizado pelo organismo o torna
muito perigoso. O açúcar é proveniente da cana de açúcar e é classificado como
sacarose. Quando digerido, ele se desdobra em glicose e frutose. Excesso de
glicose na circulação é ruim, mas excesso de frutose parece ser muito pior. A
frutose derivada do açúcar de cozinha e a frutose ultra concentrada usada no
xarope de milho que adoça os refrigerantes e sucos industrializados só podem
ser metabolizadas pelo fígado, enquanto que a glicose pode ser absorvida por
outros tecidos, como músculos. Se os seus níveis de glicogênio hepático estão
cheios, o que acontece todos os momentos do dia, exceto antes de tomar o
desjejum, após isso, a frutose é transformada em gordura!
A partir do momento que seu fígado não deseja armazenar esta
nova gordura, as manda para outras partes do seu corpo; lugares que você não
deseja como o seu abdômen ou parte inferior das costas.
MECANISMO DE AÇÃO DA FRUTOSE NO ORGANISMO
Quando as moléculas de frutose chegam ao nosso intestino,
onde são absorvidas pela circulação, uma parte é processada pelas células do
intestino. Mas boa parte vai para o fígado, um órgão que é habilitado para
processar pequenas quantias de frutose, não as altas doses que se ingere a
partir dos produtos industrializados. Nosso organismo utiliza a glicose como
nosso principal combustível. Já a frutose é uma molécula adicional totalmente
desprezível. Por isso, quando as moléculas de frutose são absorvidas no fígado,
ele se sobrecarrega tendo que processar ambos combustíveis.
O problema é que o jeito dele de processar a frutose é
transformá-la em gordura. Isso explica por que os altos níveis de triglicérides
no sangue, o aumento nos estoques de gorduras no fígado, no abdômen e flancos.
As frutas, as verduras e os legumes também contêm frutose,
mas em quantidades muito menores. A frutose natural é saudável, porque vem
acompanhada de vitaminas, minerais e fibras. Esses nutrientes garantem que a
frutose seja absorvida lentamente pelo organismo.
A nossa realidade é que a indústria favorece cada vez este
consumo, disponibilizando nas prateleiras produtos recheados de açúcar, e a
população desde a primeira refeição do dia até a última consome alimentos ricos
neste ingrediente, até mesmo sem perceber. Adoçar sucos de frutas, consumir
inúmeros cafés com açúcar ao longo do dia, o consumo de refrigerante, balas,
chocolates, bolachas, doces, são alguns exemplos de quanto se consome de
maneira despercebida e excessiva este grande vilão da saúde.
E o pior, estes hábitos são passados de pai para filhos,
onde até nas mamadeiras já temos a presença de açúcar ou achocolatados
açucarados, onde o melhor seria já habituar o filho a introduzir a fruta como
maneira de adocicar e enriquecer este leite.
A nossa preocupação vai muito além da educação nutricional
que é passada de maneira errônea para as crianças, distorcendo esta
palatividade cada vez mais para o sabor doce, mas também, por não terem o mesmo
dispêndio calórico de gerações passadas, o que passa a ser mais um agravante
para aumentar o risco de obesidade infantil e disfunções associadas.
O AÇÚCAR VICIA
O açúcar aumenta os níveis de hormônios como a
dopamina e a serotonina, o que causa uma momentânea sensação de bem estar, mas
com a liberação da insulina, esse estado de excitação passa rapidamente, e a
pessoa sente vontade de comer mais açúcar, portanto, o açúcar pode viciar.
Como o perfil metabólico é uma característica individual,
nem todos reagem da mesma forma com relação ao consumo do açúcar, porém a
grande maioria pode apresentar sérios problemas à saúde, dependendo das suas
heranças genéticas, freqüência de consumo, quantidade, idade, sexo e prática de
atividades e exercícios físicos.
Estes aspectos podem amenizar ou intensificar os perigos do
açúcar no organismo.
PRINCIPAIS PERIGOS DO AÇÚCAR NO ORGANISMO
Obesidade
Central (aumento da gordura visceral), aumentando o risco para o
desenvolvimento de:
-
Hipertensão;
-
Resistência Insulínica;
-
Diabetes tipo II;
-
Dislipidemias;
-
Doenças Cardiovasculares;
-
Síndrome Metabólica (associações das disfunções acima);
-
Esteatose hepática (gordura no fígado).
Depressão: O
açúcar é uma subtância estimulante do sistema nervoso e seu consumo em excesso
provoca um aumento brusco da glicemia seguido de sua queda. Essas oscilações de
glicemia são acompanhadas de depressão e fadiga, gerando o desejo de consumir
mais açúcar e isso desgasta o sistema nervoso, o que pode ser agravado por uma
deficiência da Vitamina B1, que é protetora do Sistema Nervoso. Portanto, o
vicio do açúcar pode estar relacionado com a causa da depressão e a interrupção
do seu consumo pode ajudar no tratamento, lembrando que nos primeiros dias de
abstinência é normal sentir desconforto devido ao processo de desintoxicação do
corpo;
Disbiose
Intestinal (fermentação, mau funcionamento intestinal): Destrói as
bactérias benéficas, aumentando a população dos parasitos intestinais,
especialmente a Candida Albicans;
Baixa
Resistência imunológica: causada por proliferação das bactérias
patogênicas e alteração da barreira intestinal, diminuindo as defesas
orgânicas;
Diminuição
de absorção de magnésio e cálcio: Acarretando maior risco a
osteoporose;
Aumento
dos A.G.E.s (Produtos Finais de Glicação Avançadas): A glicação ocorre
quando uma molécula de açúcar em excesso, por aumento da ingestão ou por
lentidão do metabolismo da glicose, se adere a uma molécula de proteína
(colágeno, elastina, dentre outras) formando os AGEs, que são um complexo
açúcar-proteína rígido que altera a estrutura dessas proteínas, impedindo a
eficácia no desempenho de seus papéis mais importantes e, na pele, leva ao
aparecimento das rugas. Os AGEs ainda são verdadeiras fábricas de radicais
livres. Eles se acumulam lentamente ao longo do tempo, piorando seus efeitos
prejudiciais no organismo, acelerando o processo de envelhecimento celular;
Aumenta
o risco de cáries: o açúcar é capaz de causar danos devastadores aos
dentes. Estudos demonstram que níveis de sacarose acima de 28 gramas por dia
podem ser considerados como agentes tóxicos para os dentes;
Câncer: Já
há algumas evidências de que o excesso de açúcar pode provocar câncer. Isso
porque o excesso de insulina promove o crescimento tumoral. As células de
muitos tipos de câncer dependem de insulina para crescer e se multiplicar.
Quanto mais insulina circular no sangue, mais facilmente o câncer se
desenvolve. Segundo os pesquisadores, muitas células pré-cancerosas jamais se
transformariam em malignas se não tivessem insulina a seu dispor.
Além de sintomas, como: cansaço, sonolência e
queda de energia.
DICAS NUTRICIONAIS PARA SUBSTITUIR O AÇÚCAR DOS SEUS
HÁBITOS ALIMENTARES
Comece
reduzindo o açúcar refinado para ir gradativamente mudando sua palatividade,
até eliminá-lo totalmente;
Evite
consumir sucos industrializados, refrigerantes, assim como doces de maneira
geral, balas, goma de mascar e demais carboidratos simples (arroz, pão,
bolachas e bolos). Eles também têm absorção rápida e podem causar danos à
saúde;
Não
adoce sucos de frutas naturais;
Utilize
o mel, açúcar mascavo ou demerara, porém, moderadamente, uma vez que também têm
uma rápida absorção, não podendo ser usados por pessoas que tem diabetes, mas
sua vantagem está no fato de conterem vitaminas e minerais importantes que o
açúcar refinado perdeu e por isso “rouba” cálcio e vitamina B1 do organismo;
Se
escolher utilizar o adoçante, utilize os naturais como stévia, extrato de agave
ou sucralose;
Substitua
todos os carboidratos refinados (pães, massa, biscoito) pela versão integral.
A
longevidade tem que ser garantida com qualidade de vida que é dependente dos
hábitos alimentares que vão se somatizando favoravelmente ou não ao longo dos
anos. Portanto, não deixe que o doce de hoje, torne-se amargo amanhã!